Chegou a um ponto,
Que o caminho,
Que era sozinho,
Se duplicou,
E todos tinham,
Que decidir,
O rumo a seguir,
Dali então.
Mas não era,
Um simples arranjo,
Pois atrás das árvores,
Tinha um anjo,
E um demônio.
Que enfadonho,
O discutir
Pra onde ir?
Ali? eu não!
Chegou primeiro,
O duque rico,
Que disse logo,
Vou por aqui,
O anjo esperto,
Ficou quieto,
Mas disse não,
Seu caminho é ali!
Mas quem és tu? Pra dizer isso? (Duque para o anjo)
Sabe? Sou rico!
Tenho um milhão,
Olha minha mão,
São anéis de ouro,
Tenho tesouro,
E a salvação!
"Mas aqui não!" (Diz o anjo)
Venha cá, (o demônio para o duque)
Meu caro amigo,
Lugar de rico,
É por aqui!
Tu sabes bem,
Por onde ir!
Vem, tem champanhe, do lado daqui.
Na fila vinha,
A velha senhora,
Que sempre devota,
Nem hesitou,
Seguiu o caminho,
Que era de luz,
Procurar Jesus,
Mas o anjo chamou!
Quem és, velhinha?
Eu já te vi!
Lá na igreja,
É sim, eu vi!
Mas conte-me essa,
Do seu cachorro,
Fiquei sabendo,
Perdeu um olho,
Vem cá, não me diga,
Que o bateu de novo.
Nem fale nada, (demônio para velhinha)
Pobre velinha,
Cachorro foi feito,
É pra apanhar,
Mas venha cá,
Me siga aqui,
Que aquele caminho,
Não é pra ti!
Mais tarde chega,
O trabalhador,
Marido dedicado,
Pai sonhador,
Que sempre lia,
Para as crianças,
Tanta bondade,
De merecer o céu,
Mas és fiel? (Anjo para o trabalhador)
E essa Raquel?
Não é sua esposa?
A bela moça,
Não merece isso!
Não que eu julgue,
Tais feitos teus,
Mas disso não gosta,
O nosso deus.
É amigo, adeus, (demônio para o trabalhador)
É o que deves falar,
Para a salvação,
E pro altar.
A prostituta,
Veio em seguida,
Caminhava triste,
Meio perdida.
E o demônio,
Sujeito safo,
Logo disse pro anjo,
Sou o geógrafo da região,
Essa eu faço questão,
De acompanhar,
Pro lado de cá,
Mas como? Não! (Diz o anjo)
Essa mulher,
Foi sempre honesta,
Nunca roubou,
O céu contesta,
A alma dela.
Ó moça bela, (diz o anjo pra prostituta)
Vem por aqui!
Eu já te ensino,
Por onde ir,
Foi por amor,
Que trabalhou,
É trabalho honesto,
Não vou mentir.
É isso aí? (Diz o demônio)
É isso mesmo, (responde o anjo)
Ridículo moralista!
Tu que julgas,
Só pela vista,
Bicho nojento,
Tal julgamento,
É do teu mestre,
Nada que preste,
Vem do lado de lá,
É gente assim,
Que lá vai habitar.
Lá no céu,
Não entram julgadores,
Nem gente soberba,
Nem falsos pastores,
E é por isso,
Que tu não estais lá!
Vai pra tua casa!
Mas não vais descansar!